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A diversidade do vinho: liberte-se da ditadura de gosto

Manuel Moreira • fev. 13, 2024

O vinho é dos poucos produtos possuidores de considerável diversidade. Seja de cores, de estilos, de conceitos, de temperamentos, doces, secos, leves, encorpados, que envelhecem ou para beber logo que estejam prontos. Por isso uma "ditadura" do gosto é desnecessária.

Acredito sermos uns sortudos em ter tanta diversidade à disposição. Temo-los para comer com isto ou aquilo, para beber a sós ou com companhia, à beira a piscina ou mesa requintada, em celebração ou afogar mágoas, alívio de tensão ou apenas pelo prazer de o beber. E para momento há o vinho adequado, ou aquele que nos apetece, porque sim. Tal como há aqueles vinhos que são de conforto para quem não tem, ou nem quer ter, muita intimidade vínica, mas gosta de beber o seu copo de vinho, sem mais!


Por tudo isto, ao ouvir em tom solene e erudito - “ah! quem bebe isso não percebe nada de vinho!” - fico logo com os azeites. O sentido da frase sugere uma quase segregação entre quem bebe vinhos. Quem bebe altivamente o vinho “x”, ostenta ares de superioridade vínica sobre quem desfruta do vinho “y”. Será essa pose uma das manifestações de “enochatismo”? Ou uma quase imposição de gosto? Ou o determinar de categorias através do vinho que se bebe? Bebedores de primeira e bebedores de segunda.


É verdade, que para o negócio do vinho existe segmentação de mercado. Todavia, é algo que existe para todos os produtos. Comida, roupa, tecnologia, e mesmo com outras bebidas. Mas em poucos acontece algo que quase só acontece com o vinho. E aí, voltamos ao início desta redação. É que numa mesma categoria de produto, o vinho, é possível ter opções múltiplas em função da ocasião. Um vinho mais simples para ocasião despretensiosa, ou vinho mais “rebuscado” para outra mais formal. Ou como noutros produtos, há quem tenha preferências irredutíveis. Quem só consume vinhos simples e baratos. Como quem unicamente elege vinhos poderosos e suculentos. Ou quem prefira vinhos de acidez vincada e tensos. Ou mais ou menos intervencionados. E por aí fora!


Pessoalmente, sou daqueles que tem “boa boca” – minha definição. Quando não estou em modo profissional, “usufruo” de tudo. Desfruto do vinho mais simples e básico quando a ocasião o dita, ou me apetece, e do vinho mais especial a combinar com a situação ou, simplesmente, me dá para isso.



Aproveitemos, pois, a diversidade que torna o mundo do vinho tão fascinante. Desobrigue-se de eventuais imposições de gosto, mas se gosta de vinho, aventure-se. E se é daqueles que tem o seu próprio paladar feito a um gosto vínico definido, vá em frente e desfrute. 

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